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sexta-feira, 13 de junho de 2008



"cartas"

Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.



Caio Fernando Abreu




...e esta é Clarice...




Quem, escritor, louco e apaixonado, não morre de medo e vontade de ser um pouco

Caio e Clarice?


Escrita,

loucura,

paixão...


Vontade de ser...


O que me falta é medo!

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